Jornalista e seu vício em café

Existe uma teoria de que todo jornalista é viciado em café. Mesmo antes de eu ingressar na faculdade, lia em muitos perfis em rede social sobre o consumo de xícaras e mais xícaras de café. Eu nunca fui uma pessoa muito fã de café (até quando precisei tomar) e fiquei um pouco apreensiva me perguntando: será que isso realmente é real?

A confirmação veio quando iniciei um estágio na Rede Minas de Televisão. Logo no primeiro dia, apesar de todo o nervosismo de um trabalho novo, meus colegas foram muito receptivos, sempre com a famigerada pergunta na ponta da língua: “aceita um café?”

A primeira coisa que me veio à mente foi todo o conteúdo das redes sociais afirmando o vício em café dos jornalistas. Achei um tanto engraçado que aquilo realmente fosse verdade, e sempre que eu respondia “não, obrigada. Não sou fã de café” era como se eu ferisse o ego deles. Em resposta, me falavam “jornalista que não gosta de café, não é jornalista”… E eu acabei descobrindo o motivo bem rápido.

Trabalhei como estagiária de produção na época. A rotina era extremamente imediatista, cansativa e estressante. Meu nível de ansiedade ficava nas alturas quando eu descobria que precisava encontrar entrevistados para o programa do dia seguinte, porque o que iria havia cancelado de última hora. Para isso, era preciso prospectar contatos, telefonar, enviar e-mails ou mensagem no Whatsapp – dependendo do meio de resposta do convidado.

Além disso, minha função basicamente era gerar pauta para pelo menos um mês de programa, com um ou dois convidados por programa, além de ir até o estúdio de gravação e criar conteúdo para as redes sociais. Eu confesso que essa experiência foi um misto de empolgação com desgaste mental, e foi aí que eu precisei incluir o café na minha rotina.

Tudo é muito corrido em qualquer área do jornalismo. Para se destacar, é preciso estar sempre atento, ser ágil e proativo. Afinal, nós trabalhamos com prazo de entrega – o famoso deadline, e para quem busca um furo de reportagem, ter energia e disposição para entregar um trabalho de qualidade é de suma importância.

Sendo assim, entendi que o bom e velho cafezinho – e em alguns casos, até entra o energético – faz parte do jornalista, como se fosse uma parte do próprio corpo. Criei o hábito de consumir café diariamente e me tornei quem mais temia: a pessoa que diz “jornalista que não gosta de café, não é jornalista”.

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